Wednesday, November 02, 2016



                                     A minha Aldeia

                              


 És a aldeia mais linda
de toda a região
todos se orgulham de ti,
tu és a nossa paixão.


Estejam perto ou longe,
todos te trazem no coração,
percorrem milhares de quilómetros
para estarem na festa de Sra de Assunção.









                                                                                


                                                      

  Castanhas de Pendilhe


   
São castanhas da minha terra,
Comem-se cozidas, cruas, ou assadas
São das melhores da região
São muito boas, são selecionadas.


               


 O Escorrega das Dessame    
   

                                                             
Aqui era paragem obrigatória
do pastor que seu rebanho guiava,
era espaço de vários jogos,
tinha escorrega, e toda a gente  brincava



Quem  o quiser encontrar,
tem que pelas Barrocas passar,
segue em direção às Dessame,
vai ver a fraga, onde pode escorregar


Poderia ser considerado
património da freguesia
com visitas guiadas,
quem sabe?... Talvez um dia...






                                       Flor  Merendeira


Estas são as famosas flores
Que trazem um relógio na algibeira
Logo que nascem, finda-se o lanche
Diz o patrão:-" já chegou a merendeira"


São flores muito especiais,
Que sempre, pela mesma altura querem estar.
Trazem consigo um uso e costume,
Que é,  com a merenda terminar.






                                         Castanheiro do Espinheiro                                                        


Era um enorme castanheiro
tinha um tamanho invulgar,
dentro dele cabiam cinco pessoas
mas um incêndio o fez secar.






As suas deliciosas castanhas,
Que no outono caiam no chão
eram muito boas, cozidas, cruas ou assadas.
Quentinhas, e a estalar na mão.




 Que bela armação de óculos



Que belo exemplar de animal
e que linda esta ornamentação,
não sei se é fruto da natureza
ou, se engenho de habilidosa mão.




Se foi a natureza, parabéns!
Se foi obra de humano, faz inveja.
Parecem óculos  bem moldados
em terra serrana e de carqueja.
                                      







  Sepulturas de S. Romão


                                                             São sepulturas de uma era,
de um tempo por aqui passado.
Mãos de alguém escavaram estes sepulcros
e alguém aqui foi sepultado.


Foi um povo, que por são Romão passou,
da agricultura e pastorícia devem ter vivido,
                                               tal como nós, alegrias e tristezas tiveram
viveram neste espaço que lhes foi tão querido.


A nós, resta-nos o olhar com contemplação,
observarmos as sepulturas com respeito e devoção
porque o tempo passa tão depressa
e alguém que Deus tem, também pisou este chão.




                                                                   

                              O Poço - “Grelho da Pedrinha”



                                           Esta era a nossa piscina
do melhor que a natureza podia dar
tinha água cristalina,
era aqui que se aprendia a nadar.



Em Julho, quando o calor apertava,
e banho, não havia onde tomar
lá íamos nós calcada abaixo
para no grelho da Pedrinha nadar.


                                                            



Cortes da Zervilha





São ruínas de umas cortes
onde se guardavam os rebanhos
grande azafame que por aqui havia
a cuidar do gado e de seus anhos.

Eram às dezenas ou centenas
as cabeças de gado p`ra guardar
por entre montes e vales
estivesse a chover ou a nevar.

A roupa era velha e pouca
os tamancos com ferragens a proteger,
o frio era  gélido e trespassava o corpo, 
 havia candeias dos telhados a descer.





                                                                    O pôr do Sol em Pendilhe



Pouco importa o que ficou para trás,
O sol, através do S. Macário segue o caminho...
 Só volta amanhã, mas já noutro dia,
Com novos raios de luz, e bem cedinho.






                                                            O cacho solitário



 Este cacho, nasceu tal qual os outros
Viu o sol nascer e também ofuscar.
Os outros já foram p`ra fazer vinho,
Este ficou na cepa mais tempo para amadurar.














Monday, September 12, 2016






 Aqui está este gatinho despreocupado
 sem casa nem beira, nem nada na mão.
 Dorme onde o acolhem sem nada pedir,
 é feliz desde o outono ao verão





Nesta parede de lameiro no Souto,
junto ao povoado de S. Romão
está esta pia partida ao meio
que outrora serviu para esmagar pão

Deste povoado, pouco resta
agora coberto por um giestal.
Dos vestígios, algumas pedras cinzeladas;
a pia, as sepulturas e alguns torresmos de metal.








 A natureza tudo nos dá
mas temos de trabalhar,
as silvas dão-nos as amoras
mas picam para as apanhar.

Frutos silvestres ao pequeno almoço
com iogurte e cereais.
Foram apanhados em Pendilhe,
lá para os lados dos Tojais.




Nada há de mais belo
que a pura  natureza
sem cinzel ou pintura
 é sempre linda com certeza!






 Há sempre uma luz ao fundo do túnel
mesmo parecendo que de lá, nada vem.
Nunca desistir de caminhar
ter força p`ra ir sempre mais além.

Um portal feito para seu espaço ter,
tanto esforço para as pedras lá colocar.
Hoje já não tem portão nem cancela,
já qualquer pessoa de bem pode passar.






 Um portal torcido, sem nível ou aprumo
talvez curral, celeiro, ou habitação.
Do seu uso, ninguém pode dizer,
na porta passou gente como nós, com coração.






 Esta tranca vedava a passagem
e colocava -se de qualquer jeito.
Ninguém colocava o pé dentro.
Havia muitos valores, até sobrava o respeito!


Tuesday, August 23, 2016






Deste monumento pouco se sabe
Encontra-se abandonado num giestal
Sem nada por perto que informe
A que se deve a escultura deste pedestal.
--------------------------------------------------------------
Seja em honra de santo ou graça concebida
Seja para honrar alguém que Deus já tem
Pouco importa o que quer que seja

Mas foi ali colocado pelas mãos de alguém.




Que saudades dos resineiros
Pelas encostas dos pinhais a cantar
Sempre apressados de machadinha na mão
De pinheiro em pinheiro a corcódea tirar.

---------------------------------------------------
As resineiras com a sua espátula na mão
Os púcaros tinham de despejar
Depois de encher o caneco
Ao barril iam vazar
-----------------------------------------
O aluguer do pinheiro para a extração
Era anual com acordo só de falar
Pagavam no meu tempo 3$50, cada
Era uma grande ajuda, para as despesas do Lar.


Sunday, June 26, 2016





Que igreja tão lida nesta aldeia
que de tão belo não há na região
é o orgulho de todos os Pendilhenses
tem de Padroeira, a Sra de Assunção.

No lugar da igreja junto à Ónega
existiu o primeiro lugar de culto para rezar.
Servia todo o povoado de Pendilhe
e até da Vila Velha vinham para orar.

Rezam as lendas desta zona
que de memória ou papiros nem alusão
que ao falecimento de alma, da Vila Velha
diziam: - oh tu de lá, traz a cruz, a padiola e o lampião
para levarmos o nosso irmão.





De tudo tu já serviste após a tua edificação.
Foste túmulo de culto ou cabana de pastor
quer em dias de tempestade ou de forte calor.
Hoje tens o merecido: és património de valor

Conta a lenda até aos dias de hoje
e nisso, ninguém belisca nem toca
que o homem trouxe as pedras laterais às costas,
e a mulher a pedra grande à cabeça e a fiar na roca





Friday, June 17, 2016





De sol a sol a cegar
com a ceitoira na mão
cantava-se e dançava-se
não havia solidão.

As mulheres de lenço na cabeça
para o sol pouco queimar
eram as que mais cegavam,
os homens gostavam de atar.

O garrafão, passava poucas vezes
não fosse o vinho embebedar
só se bebia com um fôlego
porque mais, parecia mal, tinha de se passar.




 Usavam as pegas nas pernas
pro animal ir devagar
não seria nada cómodo
mas era a maneira de os apanhar.










Nós temos um calhau
um calhau que dança
qualquer um o faz mexer
mexe, mexe e não se cansa.

São toneladas de peso
que até o vento, o faz mexer
fica na casa da Raposa
vão lá, que é digno de se ver



Esta magnificência da Natureza, assemelha-se a um pedaço de coluna de um qualquer animal do jurássico  

Giestas em flor,  de uma beleza ímpar, aproveitem e vão ver no mês de junho o magnifico Jardim

A carapaça de uma tartaruga que por aqui ficou...



Mais parece um peixe
que por Pendilhe quis ficar
ficou mais rica a nossa terra
com este lindo exemplar

Lembra-se de tanta coisa
nesta sitio se passar
é um bom observador
e tem memória pra durar.





Esta é a minha foto de eleição
parece um elefante de verdade
que tem o seu habitat
 lá prós lados do Sr da Piedade


Há tanto tempo que aqui está
sem nunca sair do lugar
sempre viveu na esperança
de alguém, um dia o encontrar

Procurando as deliciosas putigas
tanto tive de palmilhar,
por entre vegetação e pedras
o meu Elefante fui encontrar



Esta foto foi tirada no Promoço
onde o rio Mau encontra seu irmão
reparem que mais parece um quadro
com cristalina àgua, pedras e linda vegetação


 Alguém um dia pensou
a água do depósito aproveitar,
e fez este tanque sozinho
pra pessoas e animais saciar


Pessoa de pequena estatura
que tinha o nome de João
era um mestre na pedra
ao trabalho nunca dizia não.

A fonte tem o seu nome
é a fonte do Martinho,
nunca seca no verão
e fica à beira do caminho.



Estas são as famosas putigas, o lanche dos pastores que andavam com o gado----bons tempos

Pois é biológico........assim mama até adulto

Fantástico rebanho em terras de Pendilhe

Chama-se o moinho Batareu
que anda, anda numa dança
que não deixa ninguém sem farinha
seja velhinho ou criança


Roda, roda, roda, roda.
roda o rodízio sem parar
sai a farinha da mó
pra na masseira se amassar.

Já é um ícone de Pendilhe
que os herdeiros, têm orgulho em preservar
de vez em quando avaria,
e lá têm de o compor, pra ele voltar a girar.

Trazia-se o milho ás costas
mais a lanterna na mão
tinha de ter cereal na moega
não podia andar em vão.


 Que belo cravelho feito
pra esta porta fechar
era assim na minha aldeia,
em todos se podia confiar.

As portas estavam abertas
e todos podiam entrar
mas ninguém tirava nada
havia valores a respeitar.


Um belo exemplar de castanheiro que está na Cubada


 O mês de Julho era o mês da gadanha na mão
sempre numa roda viva,
 que os fenos tinham de se cortar.
Uns ceifavam bem, outros nem tanto,
mas o pior era a gadanha picar.

Eu gostava muito de cegar
com a gadanha bem afiada
foi meu pai que me ensinou
e me disse:-cegar assim não custa nada.

Pra picá-la, só quem sabia
da arte de a  esticar
porque se não ficasse bem,
não se conseguia cegar.